no auge dos meus 17 anos.
Ainda estou em casa e os sonhos
ainda são aqueles.
A poesia sexual
dança debaixo
do edredom
- são as mãos febris lutando
no escuro.
Flutuam no ar imagens
de um pornô qualquer
que fogem, feito salamandras,
pra debaixo da cama onde
dormem natimortos.
É meu trabalho decifrar esses códigos
diariamente. Trabalho duro
que me arranca o gozo.
A. F.
* Desenho: Mãos de Salamandra - VI
(35 x 21 cm) de Luiz Telles