— a noite convida-me
para dançar.
Levo no peito
(cravado no peito)
uma pequena faca.
Tenho que ir
— os pés já não podem
outros caminhos.
Tenho que ir
— o verbo faminto
me chama, me inflama.
Tenho que ir
sem preocupar-me com as caras
atônitas, tremendo de frio,
sem dar ouvidos
aos comentários
que me chamam louco.
Tenho que ir.
17 anos. 17 anos só pra isso.
Desculpa, mãe.
Hora de calçar os chinelos,
os meus chinelos
e de pijama
verde-limão
sair no frio.
A. F.
Obrigada por seguir o meu blog, estou seguindo o seu também, não por retribuição, mas pelo conteúdo mesmo. Devo dizer, você escreve muito bem e, com certeza, estarei lendo e comentando por aqui, vez ou outra.
ResponderExcluirMuito lindo o poema, acho até que o mais lindo nele é aquilo que está nas entrelinhas.
Abraço (:
O importante é ir.
ResponderExcluirAdorei.
Beijo e ótima semana.
"Tenho que ir
ResponderExcluirsem preocupar-me com as caras
atônitas, tremendo de frio"
Maravilhoso André.
Linda idade para seguir os chamados da vida...quando a personalidade se estabelece e urge a necessidade de voar. Alguns ficam atônitos por achar que é loucura, outros por instinto natural de proteção. Um abraço!
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