21/02/2014

Economia doméstica

Mal terminava o jantar as mãos sedentas do marido já a tocavam, engorduradas. Era o último saco, ela pensava, ao se lavar na pia. De manhã afiava a faca, abria o saco e picava mais cebolas  era assim diariamente. Quando acabassem todas as cabeças, ela deceparia a do marido.

A. F.

15/02/2014

Semeando poesia, ó cotovia!


Poeme-se,
cotovia!
Não há
morte na
poesia.

* Minha participação no Concurso Cultural Semeando Poesia. (Regulamento aqui e aqui.)

A. F.

06/02/2014

Todos os santos


Entre rifles, calado,
traduzo runas futuras.
(Os corvos anunciaram
jogos viscerais americanos!)

Lembra gostos mortos
— vermute, vagina —

desterrar debilmente
grossos cabelos brancos...

A. F.