* Foto de Diane Arbus
Tal qual um esqueleto desmembrado,
o abismo dos teus olhos vou descendo.
Anjos nus vão imóveis ao meu lado —
é minha alma, algo pura, anoitecendo...
Onde foi que perdi meu brilho alado?
Em que parte do corpo fui perdendo
a fé e, feito flor, você, pecado,
nasceu, desabrochou e foi vivendo?
— Oh flor da minha vida, oh Razão
que guia meu calvário e é a igreja
onde fabricam céu e perdição!
Eu desço este abismo se deseja,
mas vou cantando baixo uma oração —
quem sabe Ele me ouça, Ele me veja.
A. F.
Belo demais para dizer alguma coisa!
ResponderExcluirLi e reli André, você é como nós dizemos em Portugal; bestial!
Perfeito.Adorei!
xx
Boa sorte, bardo!
ResponderExcluirSó consigo dizer/escrever uma única palavra: Esplêndido.
ResponderExcluirObrigado pela visita e comentários, André!
Abraços
Belíssimo o poema! Eu diria belíssimo soneto. Com laivos de um romantismo, aprés le temps. Aliás, lembra o Anjo Caído. Apenas lembra. É outra a sua linguagem.
ResponderExcluirGrande abraço,
O soneto é uma linguagem desafiadora, sua forma não impede inovação porém, o que é amplamente alcançado aqui. Ritmo, conteúdo e arte! Um jovem poeta a se firmar no fazer poético! Parabéns!
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