Dois gigantes que se amam,
num país dos mais remotos,
são, vejam vocês, a causa
principal dos maremotos.
Dois gigantes que se amam
(dadas as devidas pausas
do amar para naufragar)
navegam contra a corrente:
mais que superfície, amar
é nadar internamente.
num país dos mais remotos,
são, vejam vocês, a causa
principal dos maremotos.
Dois gigantes que se amam
(dadas as devidas pausas
do amar para naufragar)
navegam contra a corrente:
mais que superfície, amar
é nadar internamente.
Na multidão, dois gigantes
juntos estão sempre a sós,
juntos estão sempre a sós,
pois só existe o que é amado
(como há diferença entre os
que são vistos e enxergados,
que gritam e os que tem voz).
E, no entanto, só se encontram
quando estão entre lençóis.
E, no entanto, só se encontram
quando estão entre lençóis.
Entre lençóis, dois gigantes
se procuram no escuro
— o que de carne é oco,
o que de sangue é duro.
Justamente aquele pouco
que encontram é o que procuram.
se procuram no escuro
— o que de carne é oco,
o que de sangue é duro.
Justamente aquele pouco
que encontram é o que procuram.
Quem da praia olha esse embate
passado de gerações,
vê só, num perfeito engate,
um casal febril de anões.
passado de gerações,
vê só, num perfeito engate,
um casal febril de anões.
*Foto: Diane Arbus, Young couple on
a bench in Washington Square Park, 1965
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