04/09/2013

04/09/13

Confesso:
eu sou o câncer maligno
do meu trisavô.

Isso explica as mãos
escuras e armadas
e os olhos castanhos
fincados à beira
do abismo; mas...

e a língua? (esta

minha língua de fogo
lambedora de séculos
...) Qual a origem?

A. F.

6 comentários:

  1. Deve ser a da fatalidade do eterno retorno...
    Abr.,

    ResponderExcluir
  2. Desvendar a origem é sempre instigante. É um alimento muito interessante para a poesia. Nesse devaneio encontramos respostas nunca antes supostas e perguntas ainda mais turbinadas.

    Aguardo sua visita no meu blog, André!
    Abraços

    ResponderExcluir
  3. André, gostos seus poemas porque me fazem pensar.
    Será esse câncer maligno algo que foi mau, que acabou e se salvou nas gerações seguintes, o escuro de um ponto de vista simbólico, é claro...
    Quanto aos olhos castanhos e à língua, senti algo de muito erótico nisso.
    Cada um pode ler como quiser, não pode?...:-)
    Desculpe, falo sempre demais.
    xx

    ResponderExcluir
  4. Duplamente assustador: a palavra justa para o sentimento exato. Parabéns! Filiei-me.

    ResponderExcluir
  5. A língua milenar, qua anuncia as revoluções, problemas e soluções, e fala demais e cala. E declara e diz o que não ouviu, o que não ouve. E clama nos desertos e morre a mingua.

    http://apoesiaestamorrendo.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir