Vendo poemas reciclados.
Os cato do chão, matéria
barata, verbo luminoso
em rio bosteiro.
Escolho as palavras
que ainda prestam
(é quase todas, inclusive
seborreia).
Amontoo tudo em
definitivos versos.
É um trabalho sujo.
Quando prontos,
estendo os poemas em longos varais feitos de tripas
humanas
e sem amor os entrego
a qualquer um que pague
o preço da sucata viva
que ofereço.
E quem me flagrasse nessas transações
de beira de estrada, veria um vendedor
e sua mercadoria.
Mais nada.
A. F.
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